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sábado, 5 de dezembro de 2009

Uma rotina de exercícios para entrar no mundo espiritual

Publicado em 25 de Novembro de 2009, às 21h15min, do blog do Dr. Rav Michael Laitman


A única coisa que pode ajudar o estudo e a revelação do Livro do Zohar são os constantes exercícios onde o leitor deseja sentir o texto dentro de si mesmo. De outra forma, esse livro permanecerá fechado para ele.
Se nós somente removêssemos o plugue das nossas sensações, abriríamos o caminho para que a mais alta sensação espiritual flua sobre nós desde o Alto. Então, nosso mundo interior será revelado para nós.

Dessa maneira, dia a dia, a pessoa precisa obstinadamente esperar o surgimento de uma resposta interna às palavras do Zohar. E, então, como uma criança descobrindo o mundo, impressões desta realidade mais alta (o Mundo Superior) que está oculto dentro de nós, espontaneamente subiriam à “superfície”.

O amor pelos outros dá a você a habilidade de sentir sua alma

Publicado em 25 de Novembro de 2009, às 20h07min, do blog do Dr. Rav Michael Laitman

 Recebi uma pergunta: Por que a despeito da minha habilidade de sentir os desejos das outras pessoas, eu continuo a pensar principalmente em mim mesmo? Como resolver esse conflito? Minha resposta: Você só pensa nos outros porque deseja usá-los para seu próprio benefício. Desta forma, é óbvio que você os sente e gostaria até de fortalecer essa habilidade.

Se eu quero enganar alguém, eu tenho que ter uma boa percepção daquela pessoa e entendimento também. Para enganar alguém eu me torno um bom psicólogo e penetro na sua mente e no seu coração. Então, eu saberei como manipulá-la para meu benefício.
A habilidade de sentir os outros não indica nada, necessariamente. Quais desses desejos são mais significativos para você - os seus ou os deles?
Está escrito: “Não faça aos outros o que você não quer que façam a você”, o que significa que você não deve usar seu companheiro com o propósito de avançar nos seus interesses próprios. Mas depois está escrito: “Ama teu próximo como a ti mesmo”. A frase “como a ti mesmo” significa que metade do benefício deveria ir para mim e a outra metade para ele? Não! Significa que você deveria somente amar seu companheiro da maneira que você previamente amava a si mesmo.
De agora em diante, você deve começar a se tratar da mesma maneira em que tratava previamente seu companheiro quando você tirou vantagem dele. Você deve começar a pensar sobre como você pode usar a você mesmo para servir a ele.
Vocês trocam de lugar: Ele toma seu lugar e você toma o dele. Seu companheiro torna-se mais importante para você do que você para você mesmo. A isso nós chamamos “doação”.
Isso é só um exemplo dessa interação entre pessoas no nosso mundo: a mãe e seu filho. Quando fazemos a transição para sentir os outros, nós adquirimos a habilidade de começar a sentir nossa própria alma. Isso na verdade é o único meio de senti-la, desde que nossa alma consiste dos desejos que estão fora de nós. Ao sentir esses desejos externos, você pode começar a sentir o Criador dentro deles.

Um ser humano pode sentir o mundo fora de si mesmo

Publicado em 25 de Novembro de 2009, às 18h27min, do blog do Dr. Rav Michael Laitman

Um ser humano começa seu caminho como um pequeno animal que somente pode sentir-se bem ou enfermo. Assim é como alguém sente a Luz dentro do Kli- no seu desejo. Entretanto, gradualmente novos Reshimot (dados informativos) são revelados nele, e em acréscimo a sentir-se bem ou mal, esses Reshimot trazem a pessoa a uma análise adicional de verdadeiro ou falso.
O sentimento de bom ou mau é natural para o ser criado. Todas as formas da criação reagem às influências negativas ou positivas: elas se contraem ou se expandem, o modo com que os objetos inanimados abrem e fecham, uma flor que vive e morre, e assim faz um animal. Essa é uma reação natural da matéria à presença ou à ausência da Luz.


Entretanto, quando o ser criado começa a revelar sua dependência do ambiente e a se conectar a ele através do sentimento de bom ou mau, então uma percepção adicional de “verdadeiro ou falso” começa a aparecer para ele.

Ele começa a ter duas diferentes abordagens ou análises de seu estado, que depende do ambiente e de si mesmo. Nós fazemos uma avaliação de falso com respeito ao benefício à sociedade, e bom ou mau (doce-amargo) com respeito a nosso próprio bem estar. Baseado nesse esclarecimento entre o desejo externo e o desejo interno (Kli), nós desenvolvemos o “ser humano”, Adão (semelhante ao Criador) em nós.
Um ser humano difere do animal em nós porque a percepção do ser humano acontece “fora” da sociedade que o rodeia. Mas, na verdade, o ambiente, a sociedade, e o Criador são a mesma coisa.
Isso acontece porque em relação ao nosso egoísmo, tudo que existe fora é a mesma coisa. A percepção do que é externo comparada com a percepção de si próprio é o que separa o desenvolvimento espiritual do desenvolvimento corporal

A espiritualidade não pode ser alcançada com a mente

Publicado em 25 de Novembro de 2009, às 15h29min, do Blog do Dr. Rav Michael Laitman

  O Zohar: A iluminação da cabeça do Partzuf Atik do Mundo de Atzilut, chamada “a cabeça inatingível”, é Eternidade. É a fonte do pequeno e do grande estado de três cabeças (sistemas de governo) de Arich Anpin, chamado Keter, Mocha de-Ovira (a membrana do cérebro) e Mocha Stima (a mente oculta), que é o Yud Hey Vav de Zeir Anpin mesmo.

 O Livro do Zohar consiste de diferentes partes. Algumas delas usam o idioma árido da Kabbalah, enquanto outras são mais cheias de vida, narrando no idioma da Bíblia ou de lendas. No entanto, não devemos prestar atenção às palavras mesmas. Eu não me importo que palavras eu estou ouvindo. Afinal, os Cabalistas tomaram palavras desse mundo, mas o que é importante para nós é receber uma resposta interna, uma certa sensação no lugar de palavras. A palavra em si não está realmente conectada a essa sensação.


Baal HaSulam escreve no item 155 da “Introdução ao Talmud Eser Sefirot” que atraímos a Luz Circundante ao termos um grande desejo e aspiração de entender o que estudamos, onde “entendimento” significa ser inspirado, receber uma impressão, e se conectar a algo. Está escrito: “E Adão conheceu Eva”,que significa que eles adquiriram uma conexão interna. Conhecimento não desempenha nenhum papel aqui; só o desejo.
Ao invés de ouvir as palavras, devemos desejar sentir o que está acontecendo dentro de nós. Então, estaremos focados na coisa mais importante. O mundo espiritual não pode ser alcançado com a mente. Você precisa de uma nova vasilha de percepção, novos sentidos (Kelim) que se desenvolvam somente por virtude de sua aspiração. Sua aspiração é o que atrai a Luz que Reforma, a Luz Circundante.

As palavras áridas escritas no Zohar usando o idioma da Kabbalah podem não nos inspirar e podem nos deixar com um sentimento árido; mas se a despeito dessas palavras áridas nós ainda tentamos encontrar a sensação e imaginar que aquilo tem que aparecer ante nós, então, as coisas escritas no idioma da Kabbalah terminam sendo mais benéficas para nós do que os textos escritos no idioma da Bíblia ou de lendas. Dessa maneira, muito embora a linguagem da Kabbalah seja seca, é a única que desperta o maior desejo na pessoa que deseja avançar.

O Livro do Zohar foi escrito somente para criar uma conexão entre nós


Publicado em 25 de Novembro de 2009, às 12h49min, do blog do Dr. Rav Michael Laitman
  Quando lemos no Livro do Zohar sobre a estrutura dos Sistemas Superiores, a coisa mais importante é sempre pensar onde esses sistemas são encontrados. Eles estão dentro de cada um de nós, e temos que revelá-los.

Quando ouvimos nomes como Partzufim, Sefirot e várias ações (como Atik, Arich Anpin, Parsa separando um do outro, subidas, descidas, unificações, divisões), nós deveríamos estar esperando para que uma única coisa acontecesse: “Quando eu sentirei que tudo isso acontece dentro de mim? Onde estão essas qualidades e ações dentro de mim, em minhas sensações? Oh! - aqui está Atik, e ali está Arich Anpin, e lá, no meio, está Parsa. E é Parsa que não me deixa sentir isso!”


Tudo isso deve ser revelado dentro de nós, porque a espiritualidade está dentro de nós. Pensamos que o mundo espiritual está em algum lugar distante, em algum tipo de outro mundo. No entanto, quando estudamos sobre a percepção da realidade, aprendemos que toda a realidade é percebida dentro de nós, e a espiritualidade é percebida como a mais profunda, a mais íntima camada dentro de nós.

Por isso, cada um de nós deve ser como um cirurgião que está entrando para descobrir o Sistema Superior descrito pelo Zohar. Estamos tentando encontrá-lo no mais profundo das nossas sensações. Então, quando lermos frases como, “o Plano Superior”, “RADLA”, “Atik”, “Arich Anpin”, e “subir até Keter”, seremos capazes de sentir como tudo isso está acontecendo dentro de nós. Você precisa desejar que cada palavra escrita no Zohar evoque uma resposta e uma sensação em você. Quando você constantemente trabalhar nisso, significa que você está realmente tentando revelar a espiritualidade. Nunca devemos nos esquecer disso!

Antes de cada aula e em cada passagem que lemos no Livro do Zohar, temos que retornar à correta intenção e lembrar que agora estamos estudando a parte interior da Torah, a internalidade da Torah, que se revela dentro da pessoa. Temos diferentes pensamentos, desejos e qualidades, e a realidade espiritual sobre a qual lemos no Livro do Zohar se revela na profundidade deles. Por isso toda nossa atenção e todas nossas expectativas devem estar focadas no que estamos a ponto de revelar dentro de nós. Essa deve ser nossa preocupação primordial e nós devemos estar sempre pensando sobre isso, tentando discernir movimentos interiores e reações às palavras que lemos. Mesmo que você somente as imagine - isso não importa, o mais importante é tentar e sentir esses movimentos interiores dentro de você.

Essa aspiração em si mesma já é uma oração. Primeiro temos que nos acostumar a tratar o texto dessa maneira, e mais tarde faremos desse hábito uma conexão entre nós. Afinal, o Livro do Zohar foi escrito somente para criar uma conexão entre nós. Mas essa conexão não acontece entre os corpos; ela ocorre dentro de cada um de nós - entre os pontos no coração de todas as almas, que estão todas dentro de mim também. Tenho que construir essa conexão dentro de mim: uma conexão entre a imagem de “mim mesmo” e a “imagem de todos os outros”. Dentro dessa conexão, que eu crio dentro de mim, construirei minha vasilha espiritual de percepção (Kli), e nela, revelarei a espiritualidade.

Descobrir os tribunais do inferno dentro de você


Publicado em 25 de Novembro de 2009, às 9h04min, do blog do Dr. rRv Michael Laitman

  O Zohar: No Gehenom (inferno) existem seções sobre seções: a segunda, a terceira e assim por diante até a sétima (sete Sefirot-Klipot). Felizes são os justos (aqueles que doam) que se guardam dos atos dos pecadores (aqueles que agem em benefício próprio), que se afastam dos caminhos do crime (caminhos que são opostos ao Criador, de amar e doar) e não se sujam com o pecado (recepção).
Mas agora isso também é para aqueles que se sujaram. Quando eles morrem (quando eles se separam da Luz da Vida) e vão para o mundo da verdade (quando eles entendem a verdade), eles descem para a mais baixa seção do Gehenom (para perceber completamente qual é a natureza da recepção e da doação).

Duas seções do inferno (qualidades egoístas no homem) adjacentes uma a outra são chamadas Sheol e Avadon. Aqueles que descem ao Sheol são ali julgados (eles se julgam a si mesmos) e recebem um castigo (que os ajuda a se tornar corrigidos). Eles então são elevados a uma seção mais alta. E assim eles sobem degrau por degrau até que saiam de lá. No entanto, aqueles que descem ao Avadon nunca sobem de lá (por que essa qualidade não pode ser corrigida). Por isso é chamado Avadon, pois o que se acha lá está perdido) (”Avud” em Hebreu) para sempre. Essa qualidade só será corrigida quando todas as almas alcançarem a correção final. Cada alma precisa passar por todas as correções, e ninguém está livre dessas qualidades egoístas.
Tudo isso fala sobre os discernimentos internos que a pessoa precisa fazer. Nenhuma dessas palavras fala sobre esse mundo, mas somente sobre o mundo interior da pessoa.
Eu preciso me aprofundar dentro de mim mesmo e lá descobrir a qual qualidade interior cada um desses mundos alude. Existem realmente só duas qualidades dentro de mim: recepção e doação; não existe nada mais. Assim, começar a cavar dentro de você mesmo e procurar por essas qualidades que o Zohar nomeia, é como se você estivesse no escuro sem nada mais do que uma vela. Gradualmente, uma nova dimensão irá se abrir dentro de você e você começará a ver toda sorte de qualidades de recepção e de doação. Todos os mundos do Zohar, então, encontrarão seus espaços lá. Como uma criança gradualmente começa a perceber seu ambiente, assim esse novo mundo interior começará a se formar dentro de você. E, então, você começará a entender que o seu mundo familiar também é percebido no interior.
Assim é como o Zohar nos transforma, quando buscamos pelo o que está escrito, dentro de nós, ao invés de tentar julgá-lo com nossas mentes como se fosse algo externo.